Reserva Natural da Serra da Malcata
A Reserva Natural da Serra da Malcata (RNSM) abrange uma área de 16.348 ha, sendo que a Serra, abrangida pela reserva, é a sétima elevação de Portugal continental, com uma altitude que varia entre os 425 e os 1078 m. As principais linhas de água que ali se encontram são os rios Coa e Bazágueda e a ribeira da Meimoa.
A reserva foi criada em 1981, sendo habitat natural do lince-ibérico (Lynx pardinus), que está a ser alvo de uma tentativa de reintrodução. Segundo a Carta Geológica de Portugal, a área da Reserva Natural da Serra da Malcata assenta sobre um complexo xisto-grauváquico anteordovício e séries metamórficas derivadas, que remontam à Era pré-cambrica e paleozoico indiferenciadas. Encontra-se localizada na região Centro, na confluência das Beiras Baixa e Alta. Estando delimitada a leste pela serra da Gata, em Espanha, tem a sua periferia nas freguesias de Penamacor, Meimoa e Meimão do concelho de Penamacor, distrito de Castelo Branco, e nas freguesias de Sabugal, Malcata, Quadrazais, Vale de Espinho e Foios do concelho de Sabugal, distrito da Guarda.
A sua floresta, por ação do clima, é caracterizada por bosques de carvalho-negral (Quercus pyrenaica) a Norte, e de azinheira (Quercus ilex) e de medronheiro (Arbutus unedo) a Sul. Ao longo dos cursos de água destacam-se o freixo (Fraxinus excelsior), o amieiro (Alnus glutinosa) e os salgueiros (Salix spp.). Contudo, são os matos que melhor caracterizam a Reserva, onde é possível encontrar a giesta-branca (Cytisus multiflorus), a giesta-amarela (Cytisus striatus), esteva (Cistus ladanifer), a urze-vermelha (Erica australis), o sargaço (Cistus monspeliensis) e a carqueja (Pterospartum tridentatum), bem como uma área considerável ocupada por pinhal.
A RNSM alberga cerca de 218 espécies de vertebrados. O clima e vegetação favorecem a presença de uma grande variedade de répteis, de que são exemplos o cágado (Mauremys leprosa), o lagarto-de-água (Lacerta scheriberi) e variadas espécies de cobras. Já os cursos de água permitem identificar espécies de peixes como a truta (Salmo trutta), a carpa (Cyprinus carpio) e o escalo-do-norte (Leuciscus cephalus cabeda); e de anfíbios, tais como a salamandra-de-costela-salientes (Pleurodeles waltl), o tritão-de-ventre-laranja (Triturus boscai), a rã-ibérica (Rana iberica), o sapo-comum (Bufo bufo).
Dentro das aves, é possível encontrar o mergulhão-pequeno (Tachybaptus ruficollis), o chapim-azul (Parus caeruleus), o grifo (Gyps fulvus) e o abutre-preto (Aegypius monachus). Já os mamíferos como a lontra (Lutra lutra), a raposa (Vulpes vulpes), a fuinha (Martes foina), a gineta (Genetta genetta), o rato-do-campo (Apodemus sylvaticus) e o gato-bravo (Felis silvestris) também são frequentes. A 16 de outubro comemora-se o Dia da RNSM, data da classificação desta área protegida pelo Decreto-Lei n.º 294/81, de 16 de outubro.